Educomunicação como motor no desenvolvimento comunitário

Por Alexandre Le Voci Sayad ** (jornalista e educador)

Quando observamos uma cidade da janela de um avião, é possível notar pontos, que são ligados por traços. Edifícios, casas, praças e parques conectados por vielas, ruas e avenidas. A luz dos postes e dos carros dão a ideia de movimento. Lembra, inclusive, as simulações em computador para as sinapses cerebrais, conectando os neurônios por seus dendritos e axônios, que transportam estímulos elétricos. A cidade vista de cima é a imagem mais explícita que podemos ter de uma rede viva e em pleno vapor.
De outra forma, quando pensamos na comunidade em que vivemos e seus desafios, muitas vezes, não a conseguimos visualizar tão bem como a fotografia aérea – afinal, estamos “dentro” dela. Perde-se o olhar sistêmico, distanciado. Torna-se comum lembrarmos da escola, da praça, do centro cultural, da biblioteca e do posto de saúde como pontos isolados. A figuração das conexões é um exercício de imaginação.
Por mais ativa que uma comunidade seja, se não há interação entre seus pontos, sua identidade coletiva também fica comprometida. O papel da educomunicação na comunidade tem sido justamente torná-la visível e, portanto, significativa. São as ações com mídia e educação que tornam possíveis a criação de conexões visíveis entre entes, potencializando seu caráter educativo e estimulando seu desenvolvimento político e econômico.
As práticas e a pesquisa têm mostrado que as ações educomunicativas redesenham o ecossistema de comunicação das comunidades. Pavimentam os caminhos da expressão tal qual ruas e avenidas tornam-se aptas para a movimentação das pessoas. Torna visível o que antes era evidente: o coletivo. São motores das suas ações diárias
Entendo que, em São José dos Campos e na sua trajetória por outras cidades do Vale do Paraíba e Litoral Norte do Estado de São Paulo, a Associação Celebreiros enxerga, assim como eu, a educomunicação como um dos principais motores do desenvolvimento da comunidade.

** Alexandre Le Voci Sayad é jornalista e educador, diretor da ZeitGeist e co-chairman internacional da aliança internacional da UNESCO em educação midiática, a GAPMIL. É colunista da Revista Educação, e autor do livro  “Idade Mídia – A Comunicação Reinventada na Escola”, entre outros. É apresentador do programa “Idade Mídia”, no Canal Futura, e  do canal MídiaMundo no Youtube. É membro do conselho consultivo do programa Educamídia e do conselho científico da revista acadêmica Comunicar (Universidad de Huelva, Espanha). É também pesquisador em Inteligência Artificial e Ética da PUC-SP. 

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